Ela foi nomeada pela revista Time em 2016 como uma das pessoas mais influentes do mundo. Seus trabalhos muitas vezes quebram recordes de preços multimilionários em leilões, e suas exibições atraem multidões resultando em filas imensas e vendas de ingressos de “quebrar a internet”. Seu nome é Yayoi Kusama.
Kusama é mais conhecida por suas esculturas e instalações imersivas, mas ela também é pintora, performer, designer de moda, cineasta experimental, poeta e novelista.
O desenvolvimento de seu trabalho teve grandes influências não apenas na arte contemporânea, mas também em um nível mais profundo de pensamento social, político e filosófico.
Um tema recorrente nos trabalhos de Kusama é a contínua exploração de bolinhas, desde formas orgânicas biomórficas, a padrões de tecidos em grande escala, a luzes cintilantes infinitas, instalações e corpos humanos.
Outra ideia relacionada à ela é a examinação do infinito, e o tema das bolinhas representa isso em ambos níveis macro e micro.
“Nossa Terra é apenas uma bolinha entre um milhão de estrelas no cosmos.”
– Yayoi Kusama, 1968
Infinidades podem ser inconcebivelmente grandes ou inconcebivelmente pequenas, então enquanto as salas infinitas de Kusama podem evocar ideias da grandeza e infinitude do universo, suas pinturas de bolinhas e padrões replicados aludem à células microscópicas e partículas atômicas.
Kusama nasceu em 1929 em Matsumoto, Japão. Embora tenha estudado arte tradicional no início de sua carreira, ela estava mais interessada no avant-garde. E apesar de seu estilo não ter apelo entre a comunidade japonesa convencional da época, sua expressão psicológica obsessiva chamou a atenção de estudiosos e críticos de arte Japoneses proeminentes.
Em 1954 ela já havia feito várias exibições solo por todo o país e havia chamado a atenção de alguns colecionadores ocidentais. Em 1958 ela se mudou para Nova Iorque.
No final dos anos 1950 muitos artistas estavam reagindo contra o movimento do expressionismo abstrato. Muitos se tornaram menos interessados em pinceladas gestuais e mais interessados em composições planas, repetitivas e internamente contemplativas.
Isso resultou num enorme interesse na série “Redes Infinitas” de Kusama. Entretanto, apesar de seu trabalho apelar aos minimalistas, ela não compartilhava de suas filosofias.
De qualquer forma o trabalho de Yayoi Kusama durante esse período influenciou significativamente muitos modernistas a fazerem a transição do expressionismo abstrato para o minimalismo
No início dos anos 1960 a prática da repetição de Kusama influenciou artistas pop como Andy Warhol que estava interessado na ideia de multiplicidade e proliferação comercial.
Mas novamente, embora seu trabalho compartilhasse ideias similares ao dos artistas pop, os interesses de Kusama não se alinhavam com suas ideologias. Ao invés de focar em imagens da cultura pop e consumismo, ela estava mais interessada em criar experiências imersivas que borravam a barreira entre arquitetura e arte.
Em 1965 Kusama incorporou uma forma mais eficiente de expressar visualmente infinitude e repetição – usando espelhos. Isso resultou em sua primeira “Sala Infinita” – Phalli’s Field.
Uma sala espelhada que não só simulava a experiência do infinito, mas também colocava o espectador como participante da obra de arte.
Nos últimos anos Kusama continua trazendo sua arte ao mundo e levando espectadores à ambientes imersivos os convidando a fazer parte de suas obras. A instalação “The Obliteration Room” tem viajado desde 2002 e começa como uma sala totalmente branca, coberta de mobília branca.
Visitantes recebem adesivos de bolinhas coloridas para colocarem em qualquer lugar na sala. Conforme a exibição continua a sala é transformada em outra explosão de bolinhas coloridas.
Embora Kusama tenha enfrentado muitas dificuldades e desafios durante sua vida, sua arte esbanja energia positiva, vibrante e animada. Ela manteve um tema ideológico consistente durante toda sua carreira, porém sua linguagem visual está sempre se transformando e adaptando à novas ideias. Ela foi uma influenciadora chave em diversos movimentos artísticos, mas sempre manteve um estilo único que desafia categorizações.
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Até a próxima.
