Zhang Daqian (ou Chang Dai-chien) foi um dos maiores mestres da pintura chinesa do século XX.
Nascido em uma família de artistas em Neijiang, na China, em 1899, Zhang Daqian mostrava, desde cedo, o domínio de técnicas tradicionais como gongbi e xieyi, por exemplo, para desenhar paisagens. Posteriormente ele seria considerado um renomado pintor impressionista e expressionista.
Assim como grande parte dos artistas tradicionais chineses, Daqian também dominava a caligrafia, bem como a escultura de sinetes.
Apesar de ter passado grande parte da sua vida na China, eventualmente, o artista decidiu visitar e até mesmo morar em outros países. Seu intuito era estudar técnicas ocidentais, o que não afetou seu estilo.
O Jardim Bade no Brasil
Muitos não sabem, mas Zhang Daqian morou no Brasil entre os anos 50 e 70. Foi em Mogi das Cruzes – SP que o mestre chinês encontrou um espaço perfeito para construir o Jardim Bade, uma incrível projeção de seu mundo interior.
Daqian teria achado a cidade e o clima muito parecidos com sua cidade natal, então decidiu comprar um terreno e construir um complexo de jardins.
O Jardim Bade foi desenhado pelo próprio Daqian, e sua construção levou três anos. O resultado foi um espaço cheio de pinheiros, bambus, flores que floresciam nas quatro estações, e animais como cisnes e pavões, por exemplo.
O artista e seus discípulos viveram no Jardim Bade por 17 anos, onde diversas obras primas de Zhang Daqian foram concluídas. Até que na década de 1970 uma represa começou a ser construída no local, deixando o Jardim Bade completamente submerso. Foi quando Daqian se mudou para os Estados Unidos.
Agora, décadas depois de o jardim ter sido afundado, ele será “restaurado” em Chengdu, na China. O novo espaço inspirado no Jardim Bade contará com a exibição de mais de 600 obras de Zhang Daqian.
O legado de Zhang Daqian
Depois de anos construindo uma carreira sólida e de sucesso, Zhang Daqian fixou-se em Taiwan, onde passou os últimos anos de sua vida e morreu em 1983 aos 85 anos.
Logo após os anos 2000, ganhou os holofotes sendo considerado o maior artista moderno chinês após o total de vendas de suas obras arrematadas em leilões ter chegado a R$1 bilhão, ultrapassando até mesmo Picasso e Andy Warhol.
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