Já ouviu falar em Carranca?
Talvez não, mas provavelmente já classificou uma pessoa com semblante fechado e certo mau humor como alguém “carrancudo”, não é mesmo?
Se você já entrou alguma vez em um ambiente e se deparou com uma escultura estranha com grandes olhos, boca aberta, dentes pontiagudos e acabou tomando um susto, certamente você sabe do que estamos falando.
As carrancas são objetos que apresentam uma mistura de detalhes da fisionomia humana com atributos animais, o que lhe dá a denominação de figura antropomórfica. Pode ser encontrada em diversos tamanhos e formas, é geralmente confeccionada em madeira entalhada ou barro com cores fortes que vão do vermelho ao preto, passando pelo verde e azul.
Breve história das Carrancas
Há relatos históricos encontrados em livros de Antonio Álvares Câmara e Durval Vieira de Aguiar, que sua origem se deu em meados de 1800. As imagens eram colocadas nas proas dos barcos que faziam o transporte de mercadorias para a região ribeirinha, o intuito era livrar a embarcação das tempestades, impedir que afundassem, atrair peixes e espantar os maus espíritos. Este último atributo vai de encontro à lenda indígena, na qual conta que existia uma entidade maligna chamada “Caboclo d’ Água”, conhecido por naufragar as embarcações e causar dezenas de mortes.
As imagens são encontradas também nas religiões africanas como a Umbanda e o Candomblé, representando entidades de sua cultura e com o objetivo de afastar o mau olhado.
Ao longo do tempo, sua utilização tornou-se um símbolo de proteção e amuleto tanto pessoal, em pingentes, chaveiros, tatuagens, quanto para decoração em ambientes internos, como esculturas.
Vendida em mercados e feiras populares, os artesãos responsáveis pelas peças são chamados de Carranqueiros e um de seus principais expoentes é o escultor baiano Francisco Biquiba Guarany.
Guarany aprendeu o ofício de carpinteiro ainda muito pequeno na oficina paterna e no ano de 1898 com a morte de seu pai, passou a realizar imagens religiosas com o auxílio de João Alves de Souza. Em 1901 iniciou a confecção de carrancas para adornar as embarcações que faziam o médio curso do Rio São Francisco, tornando-se então o mais célebre carranqueiro da região, na qual está situada a Associação dos Carranqueiros, organização responsável por manter viva a tradição local.
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Até a próxima.
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