Oswaldo Goeldi – Entre o fantástico e o sombrio

Oswaldo Goeldi – Entre o fantástico e o sombrio


Oswaldo Goeldi foi gravador, desenhista, ilustrador e professor. Aplicando técnicas como a xilogravura e a litografia, alcançou expressividade sombria com temas mórbidos em suas obras.

Goeldi nasceu em 1895 no Rio de Janeiro, porém, com 1 ano de idade, se mudou com a família para o Pará, onde viveu até os 6. Em seguida, mudam-se para Berna, na Suíça.

Em 1914, Oswaldo Goeldi entrou para o curso de engenharia na Escola Politécnica de Zurique, entretanto, precisou interromper os estudos após ser convocado para a 1ª Guerra Mundial.

Introdução ao universo da arte e influências

Após a morte de seu pai, Goeldi decide abandonar a engenharia e iniciar seus estudos de arte. Entra para a École des Arts et Métiers em Genebra porém abandona o curso por julgá-lo muito acadêmico. Em seguida inicia aulas no ateliê dos pintores suíços Serge Pahnke e Henri van Muyden.

Nesse meio tempo, durante a primeira exposição individual de Oswaldo Goeldi, ele conhece Alfred Kubin. Este contato é decisivo para a formação de Goeldi, que se interessa pelo aspecto imaginativo e sombrio das cenas de Kubin.

Nessa mesma década, se aproxima do pintor suíço Hermann Kümmerly e faz suas primeiras litografias.

Oswaldo Goeldi retorna ao Brasil

Em 1919, Oswaldo Goeldi volta ao Brasil se fixando no Rio de Janeiro. Lá, atua como ilustrador em revistas.

Posteriormente, realiza uma exposição mal sucedida no saguão do Liceu de Artes e Ofícios. Apesar da recepção negativa, o evento o aproxima de escritores, artistas e intelectuais interessados na renovação criativa como Manuel Bandeira, Di Cavalcanti e Rachel de Queiroz.

Em 1923, Goeldi conhece Ricardo Bampi, que o inicia na xilogravura. Esse ofício lhe serve para impor certa disciplina em suas obras.

Após uma séria de ilustrações para livros, em 1930 Oswaldo Goeldi cria o álbum 10 Gravuras em Madeira de Oswaldo Goeldi. A obra conta com introdução de Manuel Bandeira e inclui trabalhos como o“Abandono”, onde retrata uma luta da luz para conquistar presença em meio à escuridão.

Logo após o sucesso do álbum, Goeldi passa uma temporada na Europa, onde visita Kubin e expõe em Berna, Berlim e em Muri, na Suíça.

Cores e novos rumos

Em 1932, logo após retornar ao Brasil, Goeldi começa a experimentar o uso da cor nas xilogravuras. Eventualmente, seu primeiro trabalho colorido é publicado no livro Cobra Norato, do poeta Raul Bopp.

Conforme se afasta do universo de Kubin, Oswaldo Goeldi vai tomando novos rumos e consolidando uma linguagem própria e singular. Agora as ilustrações passam a se referir mais à realidade do que a mundos fantásticos.

Na década de 40, Goeldi trabalha na ilustração das Obras Completas do escritor russo Dostoiévski. Em seguida realiza imagens para a revista Clima e para livros de Cassiano Ricardo.

Posteriormente, em 1950 expõe na 25ª Bienal de Veneza e, logo após, ganha o prêmio de gravura na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.

Os trabalhos dessa época contam com cores mais fortes. Um exemplo é “O Ladrão“ que apresenta formas coloridas nos intervalos da mancha escura que predomina na cena.

Nos últimos anos de sua vida, Oswaldo Goeldi se dedica a dar aulas em escolas de arte do Rio de Janeiro, onde falece em 1961 deixando um legado artístico repleto de originalidade e poesia em suas obras.

Você se interessa pelo mundo da arte e das antiguidades? Inscreva-se em nosso canal do YouTube para ficar por dentro de tudo que está sendo compartilhado por lá.

Além disso, se desejar vender suas obras de arte, entre em contato com a gente.

Clique em nosso botão do WhatsApp.

Precisa de ajuda?